Estilosantes Campo Grande I e II
S. capitata 80% e S. macrocephala 20%
O estilosantes Campo Grande é uma mistura de duas espécies de leguminosas, Stylosanthes capitata e S. macrocephala, coletadas em solos de Areia Quartzosa e de baixa fertilidade, remanescentes de experimento anterior, que, após vários multicruzamentos, teve sua seleção definida.
O Campo Grande é um composto de duas espécies forrageiras: o Stylosanthes macrocephala, que possui um crescimento mais horizontal, com folhas pontiagudas e flores, na sua maioria, amarelas; e o Stylosanthes capitata, que possui hábito de crescimento mais vertical, com folhas mais arredondadas e flores que variam da cor bege ao amarelo. Ambas as espécies podem chegar a mais de um metro de altura e seu florescimento ocorre nos meses de abril a maio, respectivamente, e a principal característica da sua persistência é a ressemeadura natural, já que as suas plantas são predominantemente anuais e bianuais.
PARA QUE FOI DESENVOLVIDO O CAMPO GRANDE?
Um dos maiores problemas enfrentados na pecuária de corte é a degradação das pastagens e o seu alto custo de manutenção, principalmente pela necessidade de uso de fertilizantes químicos nitrogenados, obtidos a partir do petróleo, recurso não-renovável, e custo comercial elevado.
O estilosantes é uma forrageira rica em proteína e executa uma função importante de transformar o nitrogênio encontrado na atmosfera e fixá-lo biologicamente no solo, reduzindo os investimentos em insumos agrícolas, contribuindo para a redução dos impactos ambientais e possibilitando maior ganho de peso nos animais.
QUAIS AS VANTAGENS DE SE PLANTAR O CAMPO GRANDE?
Além das características de bom fixador de nitrogênio no solo e seu alto teor protéico, o estilosantes Campo Grande possui ainda:
- grande adaptação a solos arenosos e de baixa fertilidade;
- alta produtividade de sementes;
- alta capacidade de ressemeadura natural;
- boa capacidade de persistência em consorciação com Brachiaria decumbens;
- boa digestibilidade;
- tolerante a desfolha natural;
- ambientalmente correto.
COMO PLANTAR O ESTILOSANTES CAMPO GRANDE
Na consorciação, a taxa de semeadura do estilosantes Campo Grande deve ser de 2 quilos por hectare a 2,5 quilos por hectare de sementes puras viáveis (SPV) e, a das gramíneas (capim), é reduzida em 20% a 30%.
As sementes de estilosantes são pequenas e a profundidade de plantio não deve ser maior do que 2 centímetros. No entanto, com gramíneas que não toleram plantios mais profundos do que 4 centímetros, como Andropogon gayanus, recomenda-se a distribuição a lanço das duas forrageiras, seguida de compactação com rolo.
Para outras gramíneas dos gêneros Brachiaria e Panicum, que germinam em plantios mais profundos (3 centímetros a 5 centímetros), pode-se fazer a semeadura da gramínea a lanço e incorporar as sementes com uma grade niveladora, em abertura média; logo após, semear a leguminosa, também a lanço, na superfície e compactar. Outros processos, como a semeadura com semeadeira-adubadeira, com plantio superficial ou com o uso de semeadeira, também podem ser utilizados, observando-se sempre as recomendações técnicas.
O espaçamento comum para equipamentos mais tradicionais deve ser de 30 centímetros a 40 centímetros entre as linhas; para equipamentos mais modernos, que apresentam caixas independentes por linha, o plantio pode ser feito em linhas alternadas de 20 centímetros a 30 centímetros da gramínea e da leguminosa.
Na utilização do Campo Grande, na recuperação de pastagens devem-se considerar duas situações básicas. A primeira, quando a recuperação é realizada com o preparo total do solo, onde a leguminosa é semeada a lanço ou em linhas e a gramínea retorna espontaneamente do banco de sementes existentes no solo. A segunda, é a introdução sobre pastagens em plantio direto. Essa prática é mais recomendada em pastagens em início de degradação.
Na recuperação de pastagens, os pastejos devem ser iniciados 30 a 40 dias após o plantio e, no plantio de pastagens novas, de 40 a 50 dias após a semeadura, visando controlar o excessivo crescimento da gramínea.
MANEJO E GANHO ANIMAL
É recomendável que a gramínea não cresça muito, deixando espaço para que o Campo Grande se desenvolva.
Nos meses de outubro a dezembro, período de crescimento e estabelecimento de gramíneas, os pastejos devem ser mais intensos a fim de que surjam novas plantas por ressemeadura natural. No final do período de chuvas e durante o outono, o pastejo deve ser mais leve contribuindo para a produção de sementes e maior oferta de forragem no período seco.
O ganho animal nas consorciações é de 20% a 30% maior do que na gramínea pura sem adubação nitrogenada.
NOME CIENTÍFICO
S. capitata 80% e S. macrocephala 20%
ALTURA
0,5 a 0,8m
DIGESTIBILIDADE
Boa
PALATABILIDADE
Boa
PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA
Acima de 700 mm anuais
CICLO VEGETATIVO
anual ou bi anual
PONTOS DE VC/HA
150-350